quarta-feira, 29 de abril de 2009

David Byrne em Lisboa - Uma vez mais, Soberbo e Inesquecível


Aqui no Blitz podem ler a única crónica, não li outra (apenas 6 fotos no site do DN), sobre mais um Soberbo e Fantástico concerto. Não quiseram ou puderam ir? Onde andam os senhores jornalistas? Não sei, nem quero saber.

Vamos voltar à noite de ontem. Este foi sem dúvida o melhor dos 6 concertos de David Byrne a que já  assisti no coliseu de Lisboa no aspecto da comunhão com o público. Os que ontem quase encheram o coliseu tinham na sua maioria pelo menos uma destas 4 características (cabelo branco ou grisalho, acentuada calvice, barriguinha ou mais de 40 anos).

Todos sabiam ao que íam. Não me parecia haver ali pessoas fora de contexto. esse pode ter sido o factor mais importante da noite. Todos esperavam assistir a mais um bom concerto, de um grande músico, com um raro sentido de comunicação e presença em palco, onde tudo acontece normalmente, mas também onde nada acontece por acaso. Tudo faz sentido. Claro que não menos importante (talvez mesmo o factor mais importante para muitos dos ali presentes) David Byrne foi o líder de uma das bandas mais influentes do Pós-punk e da New Wave norte americana, os Talking Heads.

David Byrne tinha todos os ingredientes e proporcionou-nos um soberbo e inesquecível concerto. 

As canções escritas por ele e por Brian Eno eram a base do concerto. Assim e num único concerto pudemos revisitar os imprencindíveis albúns "Fear of Music" e "Remain in Light" dos Talking Heads e "My Life In The Bush os Ghosts" e o recente "Everything That Happens Will Happen Today" estes dois últimos feitos em parceria com Brian Eno. Por duas ou três vezes tocou (ou tocámos) o céu, principalmente com as canções de "Remain in Light".

Durante os encores, principalmente, David Byrne não escondia a sua satisfação e voltou 4 vezes ao palco. Enquanto todos os músicos estavam a agradecer na boca do palco entre emocionados aplausos público olhei para David Byrne e vi-o (entre os agradecimentos) como que a olhar para um qualquer ponto no ceú e gritar algo entre o júbilo e a satisfação total. Fantástico. Público e artistas a comemorar e a aplaudir-se mutuamente. Um momento único.

Lisboa fez as pazes com David Byrne. E ele sentiu isso. Aquando da sua última visita, em 2004, o Coliseu de Lisboa estava apenas meio cheio.

Na noite de ontem, à saída, depois de quase duas horas de um sublime concerto as pessoas não conseguiam esconder largos sorrisos. Via-se nos seus rostos a sua satisfação. Diria mesmo, Felicidade. Ali não havia lugar para crises, nem pandemias.

Os cabelos brancos dominaram a noite. A sensação de felicidade, a minha e a de muitos que ali estivemos, essa é incolor, e concerteza vai perdurar por muito tempo.

Só não digo desde já que este vai ser o concerto do ano, porque no dia 11 de Julho no estádio do Bessa, Porto, um outro concerto pode fazer história. Aí não será o branco dos cabelos a dominar, será o vermelho. A cor do sangue. Sim daquele que nos corre nas veias. Pois é, ... uma questão de cores. Voltaremos a este assunto em breve.  

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